terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sobrevivencia Desesperada- Capitulo 3


Coliz On

  Alguns dias passaram bem rapidos, apenas acordavamos, eu ia treinar, ouvia Genille e Calwin discutirem e os dois me davam dicas. Descubri que apesar de ter quase acertado o garoto do 2, Ruddy, com uma espada, ele e outros carreristas ainda me querem no grupo, mas realmente não gosto da ideia, não confio em nenhum deles. Acabei me aproximando mais do Viler e até que ele é legal, e temos até que alguns gostos parecidos, fora que ele perdeu o pai do mesmo jeito que eu, a 5 anos atras, mas ele pelo menos tem a mãe e um vó, e ao contrario de mim, o mar é sua segunda casa, já que ele não ficou tão traumatizado. Claro que não contei para ele do meu medo já que não quero parecer fraca, mas acho que ele já deve desconfiar por conta de nunca me ver no mar ajudando a recolher os peixes e frutos do mar. Ele se tornou uma das poucas pessoas que gosto de conversar fora minha estilista Fancily, que me faz algumas visitas para tirar umas medidas, perguntar algumas coisas estranhas como: "prefere golfinhos ou baleias?", "Qual é sua cor favorita" e outras coisas que até agora não intendi o porque.
   Tive que me apresentar para os idealizadores dos jogos, e como não sou ruim com facas apresentei isso mesmo, e acabei acertando todos os alvos que me colocavam, dos mais simples até os moveis e complicados, mas como sobrou um tempo, acabei usando um pouco da tinta para pintar em uma tela a visão que tinha da minha janela, o mar, o céu laranja da tarde, a areia dourada. Mais tarde, quando todos esperavam para ver a minha e a nota do Viler, acabei prestando atenção em todas as outras.
  Como sempre, os tributos do 1 e 2 ficaram com notas entre 10 e 8, uma coisa enorme, já que as notas só vão até 12. O tributo masculino do 3 ficou com 7 e a feminina com 6. Vi a foto de Viler com o numero 10 piscando em baixo, e todos parabenizaram ele
  - Meus parabens! O que você fez? - Perguntou Gennile animada
  - Luta com espada e lancei uns tridentes, nada demais- ele falou indiferente
Eu fiquei com 10 tambem, e acabei respondendo o que fiz tambem, e para comemorar, Genille resolveu pedir um pote de metal com calda de chocolate bem quente para mergulharmos em frutas, pães e queijos, alem de vinho, uma coisa que eu tenho certesa que não devia tomar, mas o gosto era otimo. As outras notas eu não me lembro muito bem, lembro que muitos não passaram de 8, mas uma garotinha do 10 tinha conseguido um 9, o que é muito pra quem parecia ter 14 anos, e um garoto do 11 que conseguiu 10, e como essa nota tambem não é normal para alguem do 11, decido fazer uma nota mental para ter cuidado com eles.
 Como todos os outros, tivemos que começar a nos preparar para as intrevistas no dia seguinte, e foi cansativo, porque eu quase torci o tornozelo usando salto alto e a maquiagem começava a me incomodar, mas até que eu sou boa para falar com as pessoas e pelo visto vou ser a pessoa do tipo "amigavel e divertida" na intrevista.

  No dia fui literalmente jogada de um lado para o outro, colocando maquiagem, recebendo dicas do que iria falar e andando por varios corredores para chegar a varios lugares, mas finalmente estava pronta e esperando me chamarem. Cesar, o apresentador vez um breve discurso e começou as intrevistas. Fiquei olhando cada uma delas até que vi que uma garota de mais ou menos 14 anos, de vestido amarelo pastel e longos cabelos castanhos lisos estava me incarrando. Demorei um tempo para lembrar que era a mesma garota que conseguiu um 9 de nota, já que não parecia mortifera ou forte, muito menos ameaçadora. Mas nunca se sabe, talvez seja tudo incenação
  - Algum problema?-falei meio desconfiada, não gosto que me incarrem
  - Não... é que.. o.. seu vestido...- falou a garota meio timida- Gostrei muito dele
  - Ah, Obrigada- falei agora prestando mais atenção nela- Você é do Distrito 10, não?
  - Sou. E você deve ser do 4 pra usar tantas perolas e golfinhos- ela falou sorrindo
  Meu vestido era realmente chamativo, com varios perolas e golfinhos azuis de cristal em um vestido branco que lembrava espuma do mar. Finalmente me toquei a onde as respostas "Golfinhos" e "Branco" iam incentivar tanto com a Fancily no meu vestido.
  - Pois é. Gostei tambem do seu. Me lembra a praia do meu distrito- falei e ela sorriu
  Pareciamos duas garota normais e meio patricinhas falando das roupas de todos os outros tributos, mas ela é legal e acabei não me importando.
  - Hum... Como você conseguiu um 9?- acabei perguntando quando ficamos sem assunto
  - Por que a surpresa? Você rescebeu um 10!- ela rebateu
  - Não, é que... você me parece tão pequena e...  que não iria me atacar com um machado e cortar minha cabeça fora- brinquei e ela deu uma risadinha
  - Lancei umas flechas com um arco, mas eles estavam desinteressados, então acabei montando uma armadilha pro proximo competidor
  - Como?!- perguntei meio intusiasmada e curiosa
  - Como aprendi a fazer armadilhas, pensei em mostrar isso de um jeito mais... interessante. Ai armei uma armadilha na porta onde o proximo tributo ia entrar, e deixei lá quando fui embora. Eles não notaram até que o Matew estivesse de cabeça para baixo gritando- ela falou e começamos a rir bem alto
  - Esse... Esse é o nome do garoto do 11?- Perguntei depois de parar de rir, ainda tentado tomar folego
  - É. Nós somos aliados, acho que por isso ele não se importou, alem de ter conseguido sair da armadilha com muita facilidade, e olha que era uma das dificeis
  - Não devia fazer uma coisa dessas com um aliado. Acho que ele não vai mais querer ser te ajudar.
  - Tudo bem, combinamos isso, ele me ensinou o nó e eu como escapar. Sou melhor em escapar do que fazer armadilhas.- ela falou e depois começou a olhar em volta- É aquele ali- ela falou e apontou para um garoto do outro lado da sala
  Ele tinha cabelos castanho meio loiros curtos, olhos notavelmente verdes, e usava uma calça jeans simples, assim como os sapatos, e um blazer preto com detalhes prateados, uma camisa branca com listras cinzas e uma leve maquiagem que ressaltava os olhos e deixava a pele meio brilhante, quase que estranho. Simples, mas bonito. Podia parecer normal se não estivesse a ponto de ter um colapso nervoso em quanto gritava com uma garota que tambem xingava ele. Os dois jogavam um palavrão atraz do outro.
  - Quem é a garota?- perguntei
  - A garota do distrito dele. Não lembro o nome, acho que é Anny, Sandy, Emy, alguma coisa assim.
  Olhei para os dois por mais um tempo até que fui chamada para a intrevista. Ela me desejou boa sorte e eu entrei no luminoso palco que quase me cegou. A intrevista em si foi facil, Cesar Flickerman sempre arranjava algum assunto ou pergunta para que eu respondesse e inventasse uma rapida piadinha, e logo varios da Capital pareciam se controlar para parar de rir. Não sei de onde saiu essa pessoa engraçada, talvez fosse o nervosismo. O nosso tempo continuou assim, ele fazendo perguntas, eu respondendo alegremente tentando fazer alguma piadinha e ele elogiando meu vestido. Quando meu tempo acabou, me despedi e voltei para a sala onde os tributos esperam para serem intrevistados aliviada por não precisar mais sorrir.
Coliz Off

Nara On

  A garota do 4 parecia legal. O jeito que ela falava, a maneira como me tratou mesmo sendo uma carrerista e até a intrevista fizeram ela parecer muito legal. Mas assim que ela foi embora e fez a sua intrevista fiquei meio preocupada. Não consigo falar com alguem assim tão facilmente, nem sei se consigo sorrir na frenente de tanta gente que eu não conheço. Quanto mais pessoas iam, mais eu ficava nervosa. E se eu estragar tudo? Já começava a roer as unhas quando fui chamada e, meio cambaleante, eu fui andando até a cadeira do lado do Cesar Flickerman
  Me apresentei e não conseguia parar de olhar para a plateia que me deixava cada vez mais nervosa, mas as perguntas me obrigavam a voltar a olhar para Cesar, o que aos poucos me deixou mais tranquila. Não consegui ser a garota anima e confiante que Harlia me sugeriu e tanto tentou me transformar, mas acho que Cesar acabou gostando do meu jeito timido e "uma graça" como ele tinha chamado.
  - Mas você é uma graça! E tambem muito amigavel, não acho que uma pessoa animada combinaria com você. Eu adoraria que fosse minha amiga ou subrinha. Não acham?- ele perguntou, depois que eu falei da sugestão de Halia, para a plateia que bateu palmas. Senti meu rosto corar depois disso.
  Quando meu tempo acabou sai meio rindo, meio andando meio correndo do palco por conta do nervosismo, mas logo Harlia veio e começou parabenizar eu e Lester daquele estranho jeito dela, junto com minha equipe de preparação e Phillyp
  - Vocês fora, encriveis! Acho que realmente você ficou mais meiga desse jeito mesmo, mas talvez tivesse sido melhor do jeito que eu sujeri, mas nada melhor do que o natural, não é? Eu acho. Onde esta minha xicara de café?- ele falou rapido e animada como sempre, com aquele tom de quem falava sozinha
  O pessoal da equipe de preparação entregou a ela a xicara e eles começaram a dar mais e mais parabenozações, mas todas elas pareciam incluir mais eles do que a nós
  - Meus amigos começaram a me parabenizar depois que te viram e você falou do vestido!- uma mulher da equipe de cabelo arco-ires e brincos muito grandes falou
  - Me falaram que eu podia colocar tatuagens como as minhas em vocês!- lembrou outro homem da equipe mostrando as tatuagens douradas no rosto que passavam pelo pescoço e desciam até o braço.
Harlia começou a nos empurrar para o elevador, mas consegui desejar um boa sorte para Matew de longe antes do Elevador fechar.
  Assim que cheguei, percebi o quanto estava cansada por causa da correria de me preparar, então me despi, tomei um banho com vario produtos diferentes para tirar toda a maquiagem, me sequei e me taquei na cama com roupa de baixo e acabei dormindo, mas por pouco tempo, já que acabava acordando toda hora e ficava pensando na Arena.
  Os jogos começariam daqui a algumas horas e eu não tinha dormido direito. Podia tambem estar morta daqui a algumas horas já que não tenho certesa de que vou sobreviver no Banho de Sangue, que basicamente é o a parte dos jogos onde todos os tributos correm para uma instalação onde está todos os suprimentos e armas, chamada Cornocopia, e lutam uns contra os outros para sobreviver. Não, não vou me jogar lá no meio, vou correr o mais longe possivel de lá e depois me arranjar com o que tiver na floresta.         Mas e se não for boa nisso? Vou sobreviver se usar apenas as coisas da floresta? Dificil dizer. Esses pensamentos foram se agitando na minha cabeça, até eu cansar e ir até a cozinha, pegar alguma coisa que me acalmasse. Preparei um chá de camomila, mas depois que ter acabado com a xicara, ainda me sentia agitada, então me lembrei de uma coisa. Deixei a xicara na pia e corri para o quarto e começei a procurar no bolço do meu vestido da entrevista que deixei no chão. Lá dentro, achei um saquinho com uma seringa limpa e um potinho com um liquido vermelho brilhante dentro. Morfina.
  Depois de acabar a entrevista, em quanto esperava a entrevista do garoto do meu distrito, Lester, esbarrei com um homem estranho, com roupa suja, cabelo bagunçado e bafo horrivel, e ele deixou alguns saquinhos cairem. Ajudei ele a recolher e quando fui devolver o ultimo, ele me olhou e sorriu
  - Pode ficar, acho que vai prescisar tanto quanto eu- ele falou, piscou para mim, pegou da minha mão e escondeu no meu bolço
  Só depois percebi que era uma droga. Morfinaceo, Só tinha ouivio falar uma vez dessa droga e dos efeitos dela, mas estava tão desesperada por alguma coisa, que só peguei a siringa, coloquei o liquido brilhoso nela, espetei meu braço com a agulha e deixei os efeitos começaram. Deitei na cama e logo fui sentindo meu batimento cardiaco mais devagar, minha respiração mais leve, e meus pensamentos mais confusos. Vez ou outra via algumas coisas estranhas, mas me sentia de certa forma bem, e logo acabei pegando no sono.
Nara Off

Mattew On

  Estava estressado, com raiva e cansado. Coisas horriveis se você esta quase indo fazer uma intrevista.
  Fui esfregado até minha pele começaram a doer, maquiado, vestido e levado de uma sala a outra, me senti um boneco com toda essa situação, já que todos agiam como se eu não estivesse lá, fazendo perguntas do que eu gostaria mais, mas não para mim, e sim para os colegas:
  - Acha que um smoking vai ficar bem?- peguntou um dos caras da minha equipe de preparação quando estavam me vestindo e antes que eu pudesse falar alguma coisa outra mulher interrompeu
  - Com certeza um blazer fica melhor.
  Enfim, até que não foi tão cansativo, mas ai eu vi a Emy no vestido prateado com detalhes pretos que combinavam com meu blazer e simplesmente não consegui evitar falar
  -Você está linda- falei quando estava perto dela
  - Hum... obrigada- ela falou meio sem jeito sem olhar para mim- Você... até que não esta  ruim- ela falou dando uma rapida olhada. Esse foi o mais perto de um elogio até agora. Sorri para ela
  - Nervosa?- perguntei chegando mais perto
  - Um pouco. Falo com as pessoas com facilidade, mas... isso é diferente
  - Fica tranquila- falei abraçando ela de lado- é só pensar que eu estou aqui
  Ela soltou uma risadinha e me empurrou
  - Convencido até quando estamos prestes a dar uma intrevistas para pessoas que querem nos ver mortos- falou com tom de sarcasmo
- Pelo menos não estou fingindo ser forte e que não me importo com nada, como você, que simplesmente não fala comigo por causa de uma bobagem
  Ela se virou para mim surpresa, mas logo o rosto dela foi tomado por raiva e ai que começamos a gritar um com o outro.Ela veio com aquela conversa de novo de eu ser irresponsavel, de que me preferia bem longe daqui, e eu não queria mesmo deixar ela falar o que quiser para mim. Ficamos jogando blasfemas um para o outro e gritando as piores coisas que você poderia desejar para alguem, mas gritavamos tanto um com o outro que não prestavamos atenção nem no que o outro falava, nem no que nós mesmo falavamos. Podia ver varios dos tributos, estilistas e pacificadores nos olhando, mas não ligava. Só paramos de gritar quando ela foi chamada para a intrevista. Nós dois ouvimos o nome dela ser chamado, paramos de gritar na hora, nos incaramos por um tempo, e ela foi embora batendo pé até o palco. Pude ver ela parando para respirar e se acalmar antes de subir, então ela sorriu e foi andando com calma até a cadeira do lado de Cesar. Patetica.
  Aproveitei aquele pouco tempo para me acalmar tambem, mas era dificil, já que agora eu começava a intender e lembrar o que ela disse e, o pior, o que eu disse. Ela saiu de lá, me fuzilou com os olhos e eu fui andando até o palco. As luzes do palco me segaram por um momento, então eu vi Cesar e pensei "vamos lá então". Não fui tão ruim, fiz algumas piadas, respondi algumas perguntas com sinceridade e algumas mentiras e outras nem respondi direito, já que Lisse pediu que eu tentasse o estilo "garoto misterioso" para as cameras, e com muito esforço, acho que consegui alguma coisa parecida. A entrevista acabou, agreadeci Cesar e sai do palco para voltar ao meu quarto. Quando voltei para o lugar onde fiquei esperando para ser chamado, mas apenas o pessoal da minha equipe de preparação, Lisse e Bellynes, já Emy e as pessoas da equipe de preparação dela nem sinal, e de Luth tambem, mas já esperava que ele não viesse. Acho que ela voltou para nosso andar.
  Eles me parabenizaram até que chegamos no nosso andar, onde fomos para mesa e comemos um jantar "especial", com os pratos que Lisse achou que eu gostaria, alem gelatina de amora e vinho, mas esse não foi muito bom, já que os Avoxs enchiam tanto minha taça que não fiquei só tonto como tambem acabei vomitando. Uma das mulheres da minha equipe de praparação, acho que se chamava Viliccy, me ajudou a chegar até o quarto, mesmo eu insistindo para que outra pessoa me levasse
  - Você não... não devia andar tanto de sa... salto, vai aca...acabar torcendo o pé de novo- falei meio enrolado por causa da bebida
  - Como você sabe?- ela perguntou surpresa e parou de me levar/carregar
  - Você manca um pouco quando anda e dá pra ver que de baixo da meia você esta usando algodão para o salto não machucar tanto. Agora, dá pra me ajudar?- falei meio grosso
Ela continuava surpresa, mas não falou nada, apenas me deixou sentado dentro do boxe do banheiro, apertou alguns dos botões do chuveiro e me deixou lá. Depois que ela saiu, me despi e tomei banho por um bom tempo, e quando sai, me senti melhor, mas ainda meio tonto. Me deitei e tentei dormir, mas só conseguia me remexer na cama. Uma, duas, três horas talvez tenham se passado e eu não consegui dormir, então me levantei e decidir ver Tv para ver se conseguia dormir. Para minha surpresa, quando cheguei lá, Emy já estava sentada no sofá vendo a Tv, abraçando as pernas e enchugando algumas lagrimas. Cheguei mais perto
  - Posso sentar do seu lado?- perguntei meio balbuciando ainda por causa da bebida.
Ela levou um susto, enxugou as lagrimas e fez que sim com a cabeça. Me sentei do lado dela e fiquei olhando Emy, que escondia o rosto entre os joelhos
  - Você está bem?- perguntei e ela fez que não com a cabeça- Olha, realmente sinto muito pelo que disse, pelo que fiz e por tudo mais. Ando meio estressado esses dias, assim como você, e não consegui falar com você. Você viu o quanto eu tentei falar com você... e...Bem, me desculpa, só queria que você ficasse seus ultimos tempos comigo, queria ficar com você até o fim, entende?- falei, mas ela não disse nada- Deis de que agente entrou naquele trem, você não fala comigo, e quando fala só grita e me xinga. Vai mesmo deixar a Capital e essa droga de jogos nos separar?- falei chegando mais perto dela
  Pela primeira vez em dias, ela levantou os rosto e olhou nos meus olhos. Finalmente pude ver aqueles olhos castanhos brilhosos (dessa vez por causa do chorro). Ficamos nos encarrando por um tempo até que ela se tacou nos meus braços e me abraçou bem forte, logo eu retribui
  - Desculpa- ela falou baixinho e com a voz abafada já que sua cabeça estava afundada no meu peito-     Mesmo, me... Me desculpa. Eu... senti sua falta...
  -Eu tambem-falei e beijei sua cabeça

  Ficamos assim, enroscados um no outro até ela se acalmar, mas continuamos lá, abraçados, vendo TV, rindo do sotaque e das roupas das pessoas da capital, e fazendo algo que eu simplesmente sinti muita falta, pude beija-la mais uma vez, e outra e outra, até que pegamos no sono no sofá mesmo. Quase me senti em casa de novo.
  Quase.
  Se não fosse o futuro horrivel que nos esperava.
Matew Off

Sobrevivencia Desesperada- Capitulo 2


Nara On

  Não sei o que me incomoda mais, minha pele que está pinicando por causa das depilações e cremes, a roupa estranha que escolheram para que eu usasse, (que alias me faz parecer um cowboy por causa da fivela enorme, as roupas de couro e manchas de vaca) ou pensar que as pessoas lá fora, nas ruas da Capital, não querem nada mais nada menos do que ver sangue jorrando e cada um de nós mortos até que só reste um.  Agora, aqui me preparando e terminando de vestir minhas roupas para o desfile é que conheço minha equipe de produção e minha estilista, Harlia, que não passa de outro ser estranho da capital, com um sobretudo coberto de lantejoulas rosa choque, um chapeu roxo com penas combinando com o sobretudo e um salto de uns 30cm azul
  - Você ficou uma graça nesse modelo! Perfeita! Mas claro que é perfeita, afinal, eu que fiz!- ela falava com sua voz estridente, desafinada e parecida com uma gralha-  Minha nossa! Temos que nos apressar! ALGUEM ME TRAGA UMA CANECA DE CAFÉ- ela gritou para a equipe de preparação e todos voltaram a correr.
  Logo, eu e o garoto do meu distrito (que lembrei se chamar Lester) estavamos prontos e sendo literalmente arrastados até nossa caruagem puxada por touros, mas não intendi por que todos estavam tão afobados, já que quando já estavamos prontos, ainda faltavam 15 minutos. Durante esse tempo, eu olhava em volta e olhava para os outros tributos.
  Como sempre, os tributos do 1 e do 2 eram os mais brilhantes e chamativos, mas alguma coisa neles me incomodava, acho que o fato de terem deixado colocar muita maquiagem neles, então logo acabei pousando meu olhar em outros distritos. Um traje era mais estranho que o outro, alguns eram arvores, outros eram mineiros, e varias outras coisas que deixavam o distrito bem obvio, mas os mais criativos e bonitos eram os do distrito 4 e do 11. Os tributos do 4 usavam basicamente conchas, o vestido da garota eram compridos e pareciam feitos de redes de pesca, enfeitados com perolas, muitas conchas, assim como o cabelo trançado, e os babados lembravam ondas espumantes, já o do garoto usava apenas um colete e uma bermuda simples, mas que por serem bem parecido com o vestido ficaram lindos, e ambos usavam o que pareciam coroas de corais coloridos. Os tributos do 11 usavam uma especie de macacão transparente e fino, mas que exibia um desenho de plantas, arvores e flores, como se estivessem crescendo ao redor deles e se apoiando em seus corpos, como se eles tambem fossem plantas. Em quanto isso, sou limitada a ser um cowboy por causa da minha exentrica estilista.
  O desfile começou, e distrito por distrito, as carruagens foram saídas e cuspidas para fora do prédio e expostas nas ruas, onde as pessoas bizarras e felizes da Capital as esperavam, jogando rosas aos seus favoritos e tentando adivinhar quem será o vencedor. Tentei parecer o mais simpática e amigável possível, mandando beijos, sorrindo, as vezes apertando as mãos de alguns fãs eufóricos dos jogos que se aproximavam demais.
  Snow fez o tipico discurso anual, com algumas alterações por conta do Massacre Quartenario e depois nós voltamos para o predio, onde cada um pode voltar ao seu andar. Cada andar correspondia a cada distrito, por isso o 11° andar onde ficavamos acabou sendo um bom lugar, pois deva para ver uma boa parte da capital pelas janelas. Pude ir para meu quarto e tomar um banho para tirar essa fantasia horrivel e a maquiagem da minha pele. Um grande alivio. Mas depois meio que fui obrigada a participar do jantar, onde não só a responsável pelo meu distrito e meu instrutor estavam, como tambem a minha estilista gralha, que não parava de falar do desfile e dos modelos.
  - Achei que meus modelos foram um dos melhores, mas a concorrência esse ano foi enorme! Viram os Tributos do 1 e 2? Seda e veludo puro, fora as lindas cores. E o distrito 4? Arebatador! Empolgante! E nossa, os do 11...
  - Sim, Harlia, estavam todos lindos- Phillyp, nosso instrutor falou com a boca ainda cheia de comida- Mas vamos deixar isso um pouco de lado para passarmos para a proxima faze.- ele se virou para mim e Lester, o garoto do meu distrito- Vocês lembram, não é?
  Na verdade não. Ela havia separado as taticas dele em fazes. A primeira era o desfile, a segunda era os treinos, depois as intrevistas, as espoisções de nossos talentos para os Idealizadores dos jogos e por fim o começo dos jogos. Ele havia nos explicado em detalhes o que cada faze significava, mas era tanta coisa que eu não conseguia organizar as coisas.
  -Okay então- ele falou com uma cara de decepção- Agora, na fase 2, você vão se preparar para os treinos, e quero que vocês, nesse primeiro treino descubram duas coisas, as habilidades dos adversarios e coisas que nunca souberam fazer, mas se concentrem nos adversarios para assim decidirem quem serão seus aliados, entenderam?- ele pergunta e nós dois fazemos que sim com a cabeça- Otimo. Então, onde está a sobremesa?
  Terminamos de comer e fomos liberados para voltar a nossos quarto em quanto eles assitiam aos canais da Capital e discutem o que será feito. Sinceramente, esperei por essa hora o dia todo, a unica hora em que podia simplesmente me enfiar debaixo da coberta e chorar até dormir.
Nara Off

Matew On

  Ganço, purê, arroz selvagem, gelatina de amora (meu preferido até agora) e varias outras coisas que nunca comi antes estão agora diante de mim, e tudo que consigo fazer é me empaturrar de tudo o que está na mesa, até que não conseguia comer mais nenhum pote de gelatina de amora. Todos conversavam animadamente sobre o desfile e sobre o traje que que Bellynes, nossa estilista, fez para esse envento, e mesmo eu não participando da conversa, acabei prestando bastante atenção
  - Mais uma vez, meus parabens, os trages ficaram magnificos- Lisse falava com seu habitual voz calma para Bellynes
  - Obrigada, apenas fiz meu trabalho- ela falava com modéstia e meio timida
  -  Não seja tão modesta, você merece um pouco de reconhecimento. Não acharam que oa roupas ficaram incriveis, garotos?- Liss falou se voltando para mim e para Emy
  - Achei sim, ficaram incriveis, mesmo eu me sentindo meio.... esposto- falei depois de terminar de engolir a comida.
  A roupa não era desconfortavel, mas o fato de a roupa não passa de uma especie de meia-calça que me cobria até o pescoço que se enrolava no  meu corpo. Não me senti muito vestido, mas pelo menos Emy ficou muito bem na roupa, MUITO bem.
  - Viu? Todo mundo concorda que...
  Liss não terminou a frase já que foi interrompida pela entrada do nosso instrutor que entrou batendo as portas. Luth, nosso instrutor que não deu as caras até agora, aparece entrando pela porta cheirando a queimado, com olhos vermelhos, cambaleando e meio sorridente. Já tinha ouvido falar dele no distrito. Luth é um morfinaceo, um drogado agressivo que ganhou os jogos a uns 5 anos atráz, e já que ficou completamente desesperado, deprimido e traumatizado com os jogos ele fez o que muitos antigos ganhadores dos jogos, se entregou a bebida e as drogas.
  - Mais garotos que vão ser massacrados. Que grassinhas vocês- ele falou e mostrou seu sorriso enorme, feliz e amarelo
  - Mas que droga- Lisse reclamou baixinho e segurou a cabeça com as mãos Quem deu a ele mais Morfinaceos? Ou melhor, como foi que ele arranjou mais?- Ela gritou para as pessoas que trabalhavam no nosso andar
  - Deixa isso pra lá Louise, pelo menos eu não sai arranjando briga como no ano passado- ele respondeu alegremente e se sentou na mesa pegando a coxa de um ganço assado com a mão.
  - Mais uma vez, meu nome é Lisse, LISSE- ela falou e suspirou.
  - Okay, Okay. Bem, acho que vocês querem uma dica do que fazer amanhã, certo?- ele deu uma mordida na coxa de ganço- Bem, então escutem. Não sejam fracos imbecis- ele falou e começou a rir- A menos que prefiram morrer antes mesmo dos jogos começarem- e ele voltou a rir
  - Vou dormir- Emy falou de repente, se levantou e foi andando até o corredor
Emy...Tentei falar com ela o dia todo para me desculpar mas ela se desviava ou me ignorava, até quando a maioria das garotas estavam sussurando e me incarrando durante o desfile, ela não disse nada, o que é um milagre, já que ela é bem ciumenta. Me levantei e fui atraz dela. Consegui alcansa-la quando ela já estava abrindo a porta do quarto dela, antão fechei a porta com a mão assim que ela a abriu
  - Emy... Vai falar comigo agora?- perguntei
  - Você vai sair da frente?- ela pergunto sem olhar para mim
  - Por favor, eu já pedi desculpas! Eu sei que faço as coisas sem pensar, mas você sabe o por que eu fiquei tão desesperado- segurei o queixo dela como sempre faço e a fiz ela olhar nos meus olhos- Você é importante demais pra mim
  Ficamos lá, um olhando para o outro por um tempo, até que tentei beija-la, mas ela me empurrou, abriu a porta, entrou bem rapido e trancou a porta. Droga.

  Suspirei e fui pro meu quarto par finalmente poder dormir. Tomei banho, me troquei e me taquei na cama, não demorou muito para dormir e ter um pesadelo onde não só Emy, quanto meu irmão Tomy, a mãe de Emy e meus pais sendo atingidos por facas, lanças e espadas, e sangrarem até morrer.
  Acordei suando e com falta de ar. Apenas um sonho.Me levantei e coloquei a roupa que deixaram em cima de uma das poltronas, depois fui até a sala, onde Lisse já estava acordada tomando uma grande xicara de café e vendo Tv. Olhei para o chão e vi um Luth estendido no chão inconsciente e com um bafo que eu se espalhava pela sala
  - Não mexeria nele se fosse você, ele encontrou mais Morfinaceos e e roubou umas bebidas da cozinha- Lisse disse com indiferença, bebeu um gole do café

Ela ficou um tempo olhando com desgosto para o homem estendido no tapete da sala, depois olhou no relogio
  - Minha nossa! É melhor você comer logo, vocês vão ter que ir na sala de treinamento daqui a 10 minutos!- ela bebeu o resto do café e foi até o corredor, provavelmente para acordar Emy.
Me sentei, pedi algumas coisas pra comer no café (torta,bolo, torrada, suco, café, gelatina de amora...) e fiquei esperando a Emy acabar de comer, que alias tambem teve que comer com presça, mas acabamos conseguindo chegar lá uns minutos antes. Lisse nos parou quando estavamos entrando no elevador e começou anos ajeitar
  - Já que seu instrutor não vai ajudar, acho que posso fazer um esforço- ela falou e olhou para nós dois- Aprendam a lutar e usar uma ou duas armas, mas aprendam coisas de sobrevivencia em principal, e tentem, acima de tudo, fazer aliados, Tibutos do 11 não chegam muito longe se forem sozinhos, ouviram?
  Fizemos que sim com a cabeça, então ela nos empurra para dentro do elevador e aperta o botão do subsolo onde fica a Sala de Treinamento.
  A Sala de Treinamento era enorme, com varios lugares que chamavam de estações, cada um ensinando como lutar, aremeçar armas, se camuflar, sobre plantas comestíveis, etc. Fiquei um tempo vendo o lugar até que  a maioria dos tributos já tinham chegado, então uma instrutora começou a falar sobre as estações, os outros tutores e outras coisas que acabei não prestando muita atenção. Mais ou menos quando ela estava acabando de falar, o elevador se abriu e um garoto e uma garota sairam de lá meio ofegantes. Levei um tempo, mas então os reconheci como tributos do Distrito 4
  - Estão atrasados- a Instrutora disse
  - Desculpa, nos atrasamos- falou o garoto
  - Vamos chegar na hora da proxima vez- Falou a garota
  A instrutora não parecia muito feliz, mas assentiu com a cabeça e voltou ao discurso em quanto os dois tentavam se reajustar, e durante esse tempo, fiquei avaliando eles. O garoto era alto e forte, de cabelos ralos escuros e pele clara, uns 17 anos, a garota tinha cabelos escuros cacheados e bagunçados, olhos escuros (quase assustadores), meio morena, uns 16 anos
  Logo a instrutora acabou o discurso então nos liberou para treinar.Não deu nem um minuto e Emy já tinha se separado de mim e estava olhando o lugar, então resolvi fazer o que Lisse disse e comecei a analisar os tributos em quanto fazia alguma coisa simples, fazendo nós. Os tributos do 2 eram um garoto meio baixo, moreno e forte de uns 16 ou 17 anos, uma garota com cabelos longos e castanhos, com uma altura mediana e tambem meio forte, deve ter uns 17 ou 18 anos, mas os dois tinham ares de superioridade, e de indiferença com o que estava acontecendo, como se fosse a coisa mais normal do mundo treinar para matar pessoas. Com certeza não conseguiria aceita-los e confiar neles para vigiarem durante a noite nem que me aceitassem. Os tributos do 6 eram um garoto alto, uns 18 anos, com uma aparência não muito forte, mas era magro e parecia pouco a vontade, muito desconfiado, e uma garota  baixa  e estranha, seus olhos arregalados de medo e meio inchados por causa do choro que ela claramente tentava esconder. Muito estranhos pro meu gosto, mas quem sabe.
  Todos pareciam ou estranhos e egocêntricos demais para eu confiar, ou nunca iriam me querer como aliado já que aposto que sozinhos podiam chegar até mais da metade dos jogos. Até que reparei em uma garota que estava em uma parte do treinamento que trabalhava com reflexos de defesa, onde bolinhas de plastico do tamanho de maças eram lançadas com forças por umas maquinas e o objetivo era desviar delas.   A Garota devia ser a menor e mais nova, uns 15 anos acho, com cabelos castanhos lisos, pelo morena e realmente incrivelmente rápida. Mesmo que eu não conseguisse ver as bolinhas vermelhas, ela desviava delas com a maior facilidade, e quando acabou, ela não parecia muito cansada. Podia não ser alta e forte em comparação aos outros, mas era ágil e não parecia fraca ou medrosa. Era minha melhor opção.
  Me aproximei dela na estação reconhecimento de plantas comestíveis. No começo só fui fazendo o que devia, sem puxar assunto já que não sabia o que dizer até ver ela mexendo em uma folha verde claro meio felpuda
  - Não comeria isso se fosse você. Vai acabar vomitando sangue- falei para ela mas ainda olhando para as minhas plantas
  Ela me olhou e em seguida largou a planta
  - Achei que aquela fosse a que fazia vomitar sangue- ela falava com uma voz assustada
  - Não, aquela faz você vomitar só as coisas ruins do corpos.- respondo agora olhando para ela- Você é do Distrito 10, certo
  Ela fez que sim com a cabeça
  - Como você...
 - A pulseira que esta usando tem o simbulo do Distrito 10- falei para uma pulseira simples dourada com um pigente com o simbulo- Fora que eu ouvi o garoto que veio junto com você falar alguma coisas do 10, então achei até bem facil descobrir
 - Ah... é...- ela falou meio sem graça agora mexendo no pingente- Você é muito detalhista e observador
 - Mais ou menos, só para algumas coisas. Plantas e pessoas em principal- falei e ela sorriu- Sou Matew, do 11, e você é...?
  - Nara, e... o distrito você já sabe- ela falou e apertamos as mãos
  Acabamos nos dando bem. Fomos em outras estações juntos e acabamos conversando bastante. No final do treino, quando tivemos que sair para ir comer, Nara resolveu me perguntar;
  - Hum... eu sei que é meio estranhos, mas... você é a primeira pessoas que resolve falar comigo diretamente, fora meus instrutor... mas é que acho que seria bom ter um aliado...- ela continuava falando meio embolada, meio sem jeito.
  - Por que não? Você é rapida e sabe se defender sozinha, acho que vai ser melhor, não?- falei e ela sorriu
  Nos despedimos e fomos cada um para o nosso andar. Pelo menso alguma coisa deu certo hoje, mas não pude deixar de notar que Emy parecia mais nervosa. Ta legal, eu vou falar com ela, nem que tenha que força-la a isso
Matew Off

Coliz On

  Finalmente posso fazer alguma coisa que sei que não vai dar errado: comer. Não que eu queria não ter ido ao treinamento, mas realmente não fui muito bem. Pra começar, consegui chegar atrasada, porque Gennile e Calwin tiveram uma briga feia que digamos que me deixou com um hematoma no braço depois que ele resolveu lançar um dos vasos nela. Acho que a instrutora não me levou muito a serio depois que eu cheguei atrasada e muito menos quando eu fui tentar acender um fogo, me desesperei e joguei um graveto em chamas muito perto dela. Apesar da implicância do meu Instrutor que eu tinha que arranjar aliados, não consegui falar com ninguém, e nem queria, então apenas resolvi analisar os jogadores e depois quem sabe me juntar a eles. Arremessei algumas faca (coisa que alias sou muito boa), alguns tridentes (ainda prefiro facas), e tentei reconhecer algumas plantas, mas só acerteis algumas e tenho certa que se depender disso, vou morrer em três dias ou menos dependendo da planta que eu comer. Acontece que mesmo não sendo tão ruim com espadas, quase acertei um cara do Distrito 2 que começou a gritar e reclamar comigo. Ou seja, agora estou aborrecida, deprimida, e com alguns machucados e queimaduras, mas acho que não e anda que vá me incomodar daqui a uns dias.
  - E então? Como foram no treinamento?- Gennile perguntou animada
  - Aprendi a fazer uma fogueira, pratiquei com a espada, ganhei de alguns na luta corpo a corpo e falei com o pessoal do 1 e do 2, mas não acho que quero eles como aliados
  -  Se você se deu bem com eles já é um começo. E você fofura?- Calwim falou para mim com uma voz doce na ultima palavra. Irritante
  - Aprendi a começar um incêndio, joguei uma espada num cara do 2 e ganhei algumas queimaduras. Não consegui falar com ninguem e pra ser sincera, nem quero.
  - Mas se você quer sobreviver, acho que é melho, vai ter mai chances- ele respondeu
  - Mais chances não significam uma vitoria- rebati
  - Ta bom então, faça o que quiser- ele falou meio irritado
  Continuamos comendo em silenio por um tempo, até Gennile resolver tentar conversar, então ela e Clawin começaram outra discussãozinha, e Viler, o garoto do meu distrito, comentava de vez em quando, mas eu fiquei só olhando.

Sobrevivencia Desesperada

Sobrevivencia Desesperada

Ninguém deveria lembrar daquele ano, daqueles jogos e daqueles adolecente, mas é claro que muitos lembram por ser simplesmente o Primeiro Ano do Massacre Quaternario. Varias vidas usadas como brinquedos nas mãos da Capital, mas que outra opção eles tinham de sobreviver? A unica opção era agir de acordo com as regras criadas por mentes diabólicas.
24 tributos, e entre eles, 3 tributos que apenas pelo fato de não terem aparentemente nada de especial, tiveram seu sangue e alma postos em jogo contra outros participantes. Frustações, medos, fraquezas, lembranças, foi tudo que foi deixado pare eles, mas tambem a coragem, dignidade, e a simples vontade de ver o só, nascer só mais uma vez, mas por quanto tempo mais Nara, Coliz e Mathew vão conseguir viver?

Capitulos:

Sobrevivencia Desesperada- Capitulo 1


Nara On

  Podia ser um dia comum, normal e talvez (bem talvez)  um dia alegre. Quer dizer, ninguém tem aula, ninguém tem que ir trabalhar, o ceu está limpo e com aquela tonalidade unica quando o sol esta nascendo, e como sempre eu acordo de manhã só para ver os campos verdes que se estendem por quilômetros e quilômetros
Mas não é um dia comum. É um dia da Colheita. E não uma colheita qualquer, o começo do que chamam de "Massacre Quaternario", uma comemoração inventada recentemente já que vamos comemorar os 25 anos do pior programa de todos. Mais um ano dos Jogos Vorazes
- Nany?- ouço alguem me chamando, mas não preciso me virar pra saber quem é
- Já falei pra parar de me chamar assim, já não tenho mais 5 anos, Gurlo- falo para ele sem tirar os olhos da janela
- Jura? Inda parece segurando esse ursinho
  Olho para baixo e me vejo segurando Tedie, um ursinho encardido que tenho deis que me conheço por gente. Me viro e encarro ele com raiva, mas acabo perdendo a pose de durona logo que ele dá aquele sorriso estranho, meio forçado, meio sincero. Eu parecia muito com Gurlo, já que nós dois temos cabelos lisos e castanho escuro, assim como os olhos, a pele morena e meu pai sempre dizia que tínhamos um sorriso no minimo brilhante, sincero ou sei lá mais o que, mas uma grande diferença entre nós dois, alem do fato dele ser garoto e ser mais velho, é a personalidade dele, de ser amigável com todos e quase sempre saber exatamente o que dizer e fazer, já eu, nunca nem conseguia falar com outras pessoas da sala sem me atrapalhar.
  - A Mãe e o vô já acordaram, Gutt?
  - Não, mas devem acordar daqui a pouco. Nervosa?
  - Mais ou menos...- falei insegura- Na verdade sim. E se eles me escolherem?
  - Porque fariam isso? Provavelmente eles vão votar em alguém que tenha chance de vencer, alguém que vai trazer o premio pra essa joça, não uma menininha de 16 anos.- ele fala e pega o Tedie- agora levante e vai se arrumar, faltam uma hora e meia pra começar.
  Me levanto e vou para o banheiro.
  Tomei um rápido banho, coloquei um vestido de terceira ou quarta mão branco de renda e fui tomar café com meus pais em quanto esperávamos Gurlo se aprontar. Logo estávamos todos prontos e começávamos a ir ao patio central da cidade, onde todo o ano sorteavam o condenado que chamavam de Tributo. Em quanto andávamos a caminho da praça, fiquei como sempre distraída na paisagem do Distrito 10. Os frigoríficos era horriveis, as pessoas são frias e duras, alem de muitas terem cheiro de sangue devido ao trabalho no abatedouro, o unico lugar que eu gostava eram os campos em que cuidavam dos gados, mas era meio deprimente ficar pensando que eles se tornariam o jantar ou almoço de algumas famílias, mas só algumas já que a maioria ia para a Capital e a carne era cara, eu por exemplo só como carne em ocasiões especiais, dias especiais. Mesmo assim, acabei me acostumando com o lugar e as pessoas.
  Andamos até o patio junto com varias outras familias. Os procedimentos de sempre, nos registrar, entrar nos lugares marcados e esperar. A diferença é que essa é a primeira vez que não estou com meu irmão, já que ele venceu ano retrasado e ano passado eu fiquei muito doente. Como se já não fosse pior, tive que ficar esperando mais do que o normal, já que devem estar contando os votos. Foi anunciado semana passada que os Tributos seriam escolhidos não por sorteio, mas sim com uma votação, onde todos do distrito com mais de 13 anos deveria votar em quem eles queriam que fosse. Eu votei em duas garotas patricinhas da minha escola da qual eu adoraria não ver nunca mais, mas sei que só eu vou votar nelas já que são pateticas, frescas e populares.
  Fiquei na fileira das garotas da minha idade, ao lado da Megan e da Della, minhas melhores amigas
  - Vocês acham que a maioria votou em quem?- pergunta Della
  - Provavelmente a maioria votou em alguem que tem maior chance de vencer, que saiba lutar, essas coisas- fala Megan
  - Meu irmão falou a mesma coisa, mas mesmo assim não me arrependo de ter votado naquelas vadias da escola- falei sem tirar os olhos do palco. As duas assentiram como se tivessem feito a mesma coisa.
Ficamos em silencio até que finalmente Jesmey Lione, a mulher estranha que vinha ler nossos nomes, apareceu com um sorriso meio robotico, muito meloso e estranho,  com uma peruca roxa e uma pele laranja. Todos ficaram em silencio assim que ela ficou olhando para todos segurando dois envelopes brancos
  - Bom dia a todos! Bem vindos ao Primeiro Massacre Quartenario! E que a sorte esteja sempre ao seu favor!- ela falou com seu sotaque ridiculo da capital e a voz escandalosa de sempre- É uma honra estar aqui com vocês! Mas chega de papo, vamos ver quem são os Tributos desse ano- ela levanta um dos envelopes- Primeiro as damas!
  Ela abre o papel cuidadosamente, passo o olho pelo papel e depois volta a olhar para nós, não sem antes voltar a sorrir daquele jeito meloso quase assustador devido aos olhos cheios de uma maquiagem estranha que a deixava com olhos de peixe morto apesar de tudo
  - Com 18% dos votos, nosso Tributo Feminino esse ano é...- ela olha em volta por um bom tempo fazendo o tipico suspense até finalmente falar- Nara Volppy
  Não sei se foi o ambiente,  a voz estranha ou o fato de eu achar aquilo impossivel, mas só percebi que eu era aquela garota depois que todos já me olhavam com cara de culpados, satisfeitos ou com raiva. Me viro para Megan e Delly, mas só consigo desabar nos braços delas em um grande abraço, e só me solto quando persebo que um Pacificador (soldados) estava vindo me arrancar delas. Fui me afastando com passos pequenos em direção ao palco em quanto olhava todos. Porque eu? A garota que não fala com muitas pessoas e nem é a mais forte? Porque?
  - Querida?- Jesmey pergunta assim que vê que estou quase desabando do palco
  - Estou...bem...- falo insegura, tentando parar de tremer
  - Já que você diz- ela fala para mim e se vira para as cameras que mais tarde mostrariam isso ao vivo na Capital- Vamos ao Tibuto Masculino!
  Mais uma vez ela levanto o envelope, olha, faz suspense e fala o nome do garoto. Para ser sincera, não ouvi o nome, estava tonta, enjoada e tremendo demais para me concentrar em alguma coisa que não fosse me manter de pé, mas tento ver quem é o garoto. Percebo que não é ninguem que conheço então volto a me concentrar em mim. Apertamos as mãos um do outro sem olhar nos olhos um do outro e vamos para o Predio da Justiça, onde ficamos depois em uma sala esperando por nossos amigos e familiares, mas na verdade, não prestei muita atenção em nenhum deles, já que tanto eu quanto eles choram. A unica pessoa que lembro realmente de tudo do que disse foi Gutt. Assim que ele entrou me joguei nos braços dele
  - Ei, para de chorar, Nany- ele falava enxugando meus olhos
  - Porque eu? Não sou a mais velha, ou a mais forte, ou a mais mortifera!- falo tentando parar de chorar, mas acabo gritando com ele
  - Porque você sabe se defender. Lembra quando fez uma garota que te encheu  e você fez ela voltar pra casa com o nariz sangrando?
  - Não queria que ela se machucasse daquele jeito...
  -Imagina se quisesse! E eu te ensinei a arremessar lanças, você é determinada e...
  - NÃO GURLO, NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO- Falei começando a gritar mais alto, então minhas pernas não aguentaram e eu cai de joelhos no chão- tem haver com... e-eu não falo com muitas pessoas e...
  -Escuta, não foi só por isso, lembre-se que você tem chance, sabe lutar bem com quase qualquer coisa- ele me abraçou- Você vai ficar bem

  Ficamos abraçados por no máximo uns 20 segundos e depois um pacificador o levou embora. Logo em seguida, fiquei uns 10 minutos lá sozinha e fui levada para o trem. Nada, em nenhuma circunstancia podia ser pior.
Nara Off

Matew On

três dias antes

  Mais um dia de trabalho no campo e mas uma vez estou de baixo dessa droga de sol escaldante colhendo frutas, vegetais e grãos que eu nunca vou poder comer. Uma coisa comum aqui no Distrito 11, colhemos e cultivamos comidas que nunca vamos poder ter, pelo menos a maioria não pode. Minha "família" é uma delas, já que temos que sustentar eu, meu irmão mais novo, a mãe de Emy e a Emy com uma droga de salario que ganhamos por trabalhar nos campos, não que pudêssemos trabalhar em outras coisas. Moro com a familia Emy depois que meu pai morreu sendo picado por uma cobra venenosa quando tinha uns 12 anos, já minha mãe morreu logo depois que Tomy nasceu.
Olho para cima e vejo a posição do sol. Quase 6 da tarde, ou seja, quase a hora de me mandar daqui. Ouço alguma coisa caindo, e quando me viro, vejo Tomy recolhendo as maças que deixou cair. Ela ainda não se acostumou com o trabalho e decididamente não se dá bem com o sol forte no rosto dele. Começo a ajuda-lo a recolher as maçãs e logo ouvimos os tordos cantaram as três notas que sempre ouvimos as 6 horas. Podemos ir para casa.
  Levamos as maças aos Pacificadores que recolhem e guardam os mantimentos, depois fomos indo para fora
  - Onde estão mamãe e Emy?- Tomy pergunta. Ele sempre chamou a mãe de Emy de mãe
  - Elas vão nos alcançar depois- falo segurando a mão dele
  Continuamos indo até nossa casa, que fica um pouco depois do centro da cidade, quando um pacificador distraido parece correndo e acaba esbarrando em mim. Nós dois caimos no chão mas logo nos levantamos, embora o pacificador não me pareça muito feliz
  - Olha onde anda, seu camponês desgraçado!- ele grita de raiva em quanto limpa o uniforme
  - Melhor do que ser uma marionete da capital e um assassino de pessoas inocentes- falo sem pensar, mas logo em seguida vejo o efeito da coisa
  - Seu insolente sujo!- ele me chuta e me joga novamente no chão, e quando tento revidar, mais pacificadores aparecem- Acho que algumas chicotadas devem bastar pra esse imbecil intender o que dá desrespeitar um sivil!
  Sou arrastado até o patio da cidade, onde sou chicoteado varias vezes até perder a consciência
  Acordo a brisa da noite soprando meu rosto. Quanto tempo eu devo ter ficado inconsiente? Tento ficar sentado mas parece algo muita mais dificil do que me lembrava.
  - Passaram dois dias, Matth- ouço alguem falar da porta, e assim que olho, não consigo deixar de sorrir
  - Menos do que da ultima vez
  - Isso porque foram menos chicotadas do que da ultima vez. Sabe o quanto fiquei preocupada?- Emy pergunta, só então percebo os olhos inchados por conta do choro
  - Escuta, estou bem, Emy. Vem cá- falo chamando ela pro meu lado
  Emy sempre foi uma pessoa sensivel e muito preocupada comigo, mas não culpo ela por se preocupar com seu namorado que é castigado no patio da cidade uma vez por mês. Olho para seus olhos castanhos brilhantes e acaricio sua pele dourada (um pouco seca por conta do sol) e seus cabelos escuros. Suas mãos delicadas passam em cima das cicatrizes recentes e antigas feitas pela chicotadas, ainda com uma cara meio angustiada e assustada, mas assim que percebo, seguro seu queixo fino para que ela pare de olhar para minhas costas e olhe para meus olhos, agora com um sorriso lindo e simples sem mostrar os dentes, e o rosto delicado. Simplesmente perfeita. Ela me beija e depois pergunta ainda chorando um pouco, mas sorrindo:
  - Pode tentar não se meter em confusão?
  - Talvez um dia. Onde está todo mundo?
  - Todos estão dormindo. Tomy estava preocupado com a Colheita
  - Droga, é amanhã- falo.
  Só o pensamento de mais um ano sangrento desses malditos Jogos Vorazes, me faz estremesser, mais um ano em que pessoas se matam para a diversão da Capital, e pior, esse ano não é um simples sorteios, somos escolhidos por nossos propios amigos, vizinhos, conhecidos...
Ficamos juntos no meu quarto até que nós dois pegamos no sono. De manhã acordamos, tomamos um rapido café (já que não temos muita comida) e nos arrumamos para ir para o patio ver quem são os tributos deste ano, roupas simples, vestidos de segunda mão, camisas que estão limpas, nada muito chique (fazer o que,eu não posso usar outra coisa)
  A caminhada foi longa sem conversa e sem graça, quando chegamos fomos para a fila onde tiram nosso sangue para mostrar que fomos e entramos , ficamos bem longe mas dava para ver Emy. Então entra Lisse com sua voz calma e suave com o sotaque da capital, mas que era assustador se somado aos grandes olhos azuis que pareciam falsos demais, o excesso de pó de arroz e o sorriso quase que robotico. Ela faz um discurso chato então tirou do vestido que usava dois envelopes brancos, contendo os nomes dos proximos tributos.
  - Bem, vamos começar! E que a sorte esteja sempre a seu favor!- ela fala com entusiasmo- Vamos as damas
  Ela pega o envelope e anuncia o nome, mas só me dei conta de quem ela havia chamado, quando vi uma garota usando uma correntinha com uma concha que eu dei. Emy
  Ela não vai conseguir sobreviver, por que ela ? Não posso deixar ela morrer
  - Vamos querida, pode vir até aqui!- ela fala sorrindo ainda mais, se tornando ainda mais assustadora- Bem, vamos aos cavalhei...
  - Eu me ofereço!- gritei  o mais alto que pude, e mais uma vez, sem pensar
  - Minha nossa! Que empolgante! Um voluntario! Pode vir até aqui rapaz- ela diz fazendo um leve aceno
  O que estava fazendo? Por que eu fiz isso eu tenho meu irmão para cuidar e não tenho como sobreviver, ja vi todos os jogos quando passou as reprises dos antigos, e todos os vencedores tinham uma vantagem, ao contrario de mim, que nunca teve nada a seu favor, muito menos a sorte.
  Quando subo no palco frágil pelo tempo falo meu nome e todos olham tristes para mim 
  Depois de mais um discurso entro no trem e fico pensando "como não tenho família ninguém vem me visitar e meu irmão esta dormindo, não me importa por que sei que ele esta bem“ o trem parte e eu fico vendo os campos e o céu azul sumindo.
  - Por que fez isso?- ouso a voz de Emy atrás de mim
  Me viro e me depara não com ninha namorada feliz e com o sorriso habitual, mas com uma cara amarrada, e meio úmida por conta das lagrimas recém enxugadas
  - Por que fez isso?- ela pergunta de novo, dessa vez mais alto e com um tom de raiva
  - Não posso deixar você ir lá sozinha. Não posso simplesmente te perder de uma hora pra outra- respondo devagar
  - Você que tocou que vamos ter que matar um ao outro? Que só um de nós vai poder voltar de lá?  Que talvez não seja um de nós dois? Que agora minha mãe e seu irmão estão sozinhos? DE QUE ESSA SUA IDEIA ESTUPIDA VAI ACABAR NÃO SÓ COM AS NOSSAS VIDAS COMO A DELES?- ela começa a gritar e me olhar com raiva- QUAL O SEU PROBLEMA? PARE DE BANCAR O HEROI, JÁ ESTOU CANSADA DISSO, POR QUE SOU EU QUE SEMPRE TEM QUE AJEITAR AS COISA, MAS ADIVINHA? NÃO POSSO FAZER NADA DESSA VEZ!
  - Escuta, eu só não queria perder você! Fiz sem pensar, não fazia ideia de que...
  - Esquece, tá, Matew? Me poupe dessas desculpas

Ela se virou e foi saindo do compartimento do trem indo para o o seu compartimento, ainda batendo o pé de raiva. "De nada, amor" pensei com raiva, "depois dessa, espero realmente que você pare de falar comigo, pra que eu não precise ouvir mais reclamações" pensei e acabei indo para o meu compartimento, só para não precisar olhar pra ela até chegar a Capital. Belo dia esse, não?
Matew off

Coliz On

  É impactante, estranho e assustador, mas não inacreditável. Nunca tive muita sorte na vida, minha mãe morreu, meu pai vive bebendo e se metendo em encrenca, quanto a mim só me restou ficar vagando pelo Distrito 4, que mesmo sendo meu distrito nunca foi meu lar. As ondas espumantes, o mar verde, a areia dourada e as simples casinhas deixavam o lugar um tanto quanto agradável e calmante, ou pelo menos eu acho muito bom ficar olhando para isso tudo, mas a cinco anos eu não fico de fato nas praias, tento passar o mais longe possível de lá já que o minimo contato com a areia me deixa tonta e com enjoou, o que é algo estranho para alguém do Distrito 4. Cinco anos atrás também percebi o quanto esnobes, egoistas e frias as pessoas desse distrito são, fora que muitas tem um cheiro enjoativo e estranho de sal, peixe e tipos variados de perfumes para tentar esconder esse cheiro, mas claro que só piora. Pior do que isso tudo é ver as pessoas magrelas que andam por ai, magras e tristes, já que não são todos que tem dinheiro suficiente para se sustentar. Eu sou uma delas, mas acabo conseguindo me sustentar sozinha, já que minha mãe me ensinou a onde achar comida fora da praia (um lugar onde estava a maior parte dos alimentos desse distrito, mas nós não podíamos ter por conta de ser caro e de que a maior parte ir para a Capital) e meu pai me ensinou a usar algumas armas e deixou algumas para mim.
  Meus pais. A unica coisa que eu realmente tinha aqui, mas isso acabou a cinco anos atraz, e eu fui obrigada a ficar com meu tio bêbado que passa o dia fora bebendo e arrumando briga, só está sobrio em alguns dias por algumas horas.Amigos? Tenho alguns, mas eles mudaram muito, não gosto mais tanto deles, e eles sempre parecem muito ocupados
  Enfim, minha unica sorte era não ser sorteada na carnificina sangrenta para humilhar os cidadãos de Panem conhecida como Jogos Vorazes, mas até isso não tenho mais, já que para comemorar 25 anos de massacres entre os filhos de pessoas inocentes, temos que votar em alguém, não ser sorteados, ou seja, votaram na pessoa em que menos sentissem falta, que ninguém notava muito ou se importava, nesse caso, eu. Agora estou aqui nesse trem indo para o que provavelmente deve ser o fim da minha vida, mas estou tentando aceitar isso, já que eu sei que não vou ser idiota ou indefesa, não vou cair sem lutar. Foi o que prometi pro meu pai.
  - Vamos comer crianças! Aposto que estão morrendo de fome!- Gennila, a mulher responsável pelo nosso distrito, fala se dirigindo a mim e um outro garoto que foi votado para estar aqui.
Não estou com fome, mas acabo indo só para poder intender o que nosso treinador pretende fazer com nós dois. Assim que sento na mesa, Calwin, o cara que vai nos ajudar a conseguir patrocinadores e talvez nos ajude, aparece na sala. Calwin tem cabelos curtos e loiros quase castanhos, olhos escuros e grandes, labios finos e um rosto que indicam que um dia ela já foi um galã, mas as olheiras, a palidez, cabelos muito desgrenhados e a voz rouca o fazem parecer como um esfarrapado.
  - Vejamos então quem são as vitimas condenadas desse ano- ela fala se virando para mim e para o garoto do meu distrito
  - Não seja tão duros com eles! Você não sabe ainda do que são capazes- ela fala quase indignada, mas posso ver que ela esta tentando conter um sorrisinho.
  - Mas é a pura verdade- falo quase sussurrando
  - Bem, temos aqui um garoto bem alto, mas muito magrela e uma menininha pequena e com uma cara bonitinha- ele começa a me encarar- consigo fazer alguma coisa... eu acho...
  Finalmente ele se senta e come conosco, embora eu não coma apenas algumas garfadas do que é servido
  - Qual o problema querida? Não esta comendo anda!- Genille fala.
  - Não como peixe- menti
  - Você? Uma garota do Distrito 4 não come peixe? O Distrito onde pescam e nadam com os peixes? Essa é boa- Calwin fala e come mais uma garfada do peixe com purê e molho.
  - Algum problema?
 
  - Bem, só acho improvável. Mas é bom você comer alguma coisa se quiser ganhar peso e ficar mais forte porque isso ai- ela fala e aponta para o meu baço com o garfo- Não vai ajudar, o mesmo pra você garoto
  Só então percebo que ele não esta nem tocando no prato, parece parece mais que esta encarrando a comida, mas acabo logo me voltando a comer. Acabo conseguindo comer um pouco, mas não sinto mais fome nenhuma, então vou para minha cabine e durmo lá até chegarmos na Capital. Sou acordada por uma das pessoas que trabalham no tem e depois som literalmente cuspida para fora do tem, já que todos quem ver com os propios olhos quem são os tributos. A partir dai, minha mente ficou meio embaçada, acenei para as pessoas da capital dentro do carro, entrei em um prédio estranho, fui despida e quando me dei conta já estavam "tratando" de mim, cortando meus cabelos, me esfregando da cabeças aos pés com produtos estranhos e arrancaram todos os pelos do meu corpo, o que foi horrível, mas não tanto quando ficar nua na frente de pessoas que nunca vi.
  - Bom trabalho pessoal- ouço uma voz atrás de mim, mas logo a pessoa fica na minha frente me encarando- acho que vai ficar ótima na roupa- fala a mulher que deve ser minha estilista
  Ela tinha cabelos castanhos simples presos, só com algumas mechas azuis, um vestido simples preto com detalhes da mesma cor das mechas e saltos pequenos cinza, maquiagem suficiente não para cobrir todo o rosto dela, mas apenas para realçar alguns traços. Relativamente normal em relação a alguém da capita. Mesmo assim me sinto estranha na frente dela e ainda prefiro não criar expectativas.
  -Bem, porque não coloca um roupão e falamos sobre seu traje? Acho que eles já cuidaram de mais de você- ela falou e se virou para as pessoas que cuidaram de mim- estão dispensados por em quanto
Eles fizeram uma leve reverencia e foram embora deixando eu e minha estilista sozinhas.
  - Meu nome é Fancily, e você deve ser Coliz Hillys, não é?-ela pergunta e eu aceno a cabeça- então vamos andando, quero que você me diga o que achou
  - Achei o que?- pergunto meio em voz baixa
Ela  me olha e sorri para mim
  - Da sua roupa para o desfile. Vai ver quando chegarmos lá- ela falou e foi me guiando por um labirinto de corredores
  Pelo menos ela não parecia lunática
Coliz Off