domingo, 9 de novembro de 2014

Sobrevivencia Desesperada- Capitulo 6

                          
  by: gingerhaze

Emy On

Mais uma vez, consegui achar o lago. Era um lugar Incrivel. Da ultima vez, tinha corrido até acabar chegando nesse lugar, o que foi uma alivio depois de um dia correndo, me escondendo e sentindo medo. Isso pelo menos até que os carreristas me achassem. Quando finalmente chegamos lá, vimos o quanto a água era cristalina e fresca, musgo fofinho crescia em volta dela e varios arbustos com frutinhas cresciam por perto, mas acabamos não pegando nenhum já que todos pareciam coloridos e estranhos demais, apenas umas avelãs que achamos e acabamos guardando. A primeira coisa que fizemos quando chegamos, foi deixar as coisas na beira do laguinho e pular. O suor, a sujeira, limpamos tudo no lago, pegamos nossos cantis e enchemos de água e ficamos lá relaxando na beira da água, esperando nossas roupas secarem no sol. Era muito bom poder finalmente se refrescar e relaxar um pouco. Em quanto eu, Nara e Matew estávamos deitados na margem do lago, quando comecei a ouvir a respiração forçada ao meu lado. Me virei e vi Matew mais palido do que o normal, seu peito subindo e descendo com dificuldade, e o musgo em cima do seu corte no pescoço, completamente encharcado, deixando um pouco de sangue escorrer.
- Matt?- chamei e ele se virou para mim- Você está péssimo
- Pois é... Tambem achei isso
Me sentei e olhei para o lado. Nara dormia quietinha sobre o sol, e parecia calma e mais jovem. Me levantei, peguei um pouco do musgo que encontrei, fui até Matew, tirei o curativo improvisado e lavei com um pouco de água. Agora que o corte estava limpo podia ver o quanto era profundo, e que por mais que eu o limpasse, o sangue continuava escorrendo por causa da veia que a garota tinha cortado. Um pouco de pus agora começava a sair tambem, e o cheiro se tornava horrivel
- Que estrago ela fez- falei meio nervosa
Ele acentiu
- Alguma ideia do que fazer, doutora?- ele falou brincando
- Acho que trocar o curativo, e....- tinha que ter mais alguma coisa que eu pudesse fazer. Já tinha cuidado dele mil vezes, mas isso era diferente. Lembro que a minha mãe usava mais alguma coisa...- Lembrei- falei para mim mesma e me levantei
Com varias plantas estranhas, tinha que ter uma comum por aqui. Fui andando, não muito longe de onde eles estavam, procurando uma planta que era bem usada em casa. Finalmente, depois de um tempo procurando, eu achei. Era uma folha grande, meio felpuda e verde escura. Minha mãe era curandeira e usava bastante essa planta para ajudar a currar dor de cabeça, a acabar com ancia de vomito, mas principalmente a evitar inchaço e parar o pus. Coloquei algumas na boca, mastiguei e voltei para onde ele estava.
- Achava que não tinha uma coisa dessas aqui...-ele começou meio fraco
- Mas tem- tirei da boca e passei no corte por um tempo, até que todo o pus saisse e o corte não estivesse mais enxado- Melhor?
- Muito. Ainda mais porque você esta aqui- ele falou e deu um sorriso
Claro que eu não pude deixar de beija-lo e de me sentir segura mais uma vez, e mesmo que fosse uma ilusão, era bom te-lo de novo

-Agora, preciso de alguma coisa pra cobrir isso, e acho que musgo não vai adiantar.
Um pouco depois de falar isso, vi uma coisa prateada caido do céu com uma pequeno paraquedas branco e aterrissando na água, onde ficou boiando e brilhando por causa do sol. Assim que mergulhei e peguei pequena caixinha de metal, vi alguns rolos de esparadrapo, uma agulha e um pouco de linha. Peguei as coisas e levei até ele
- Acho que é pra você- falei e mostrei para ele
- Vai mesmo ter que me costurar?
- Se você não quiser morrer por causa disso- falei e comecei a colocar a agulha na linha
Assim que fiz, ele fez uma careta de dor, mas sabia que comparado ao chicotes que ele recebia não era nada
- Pode tentar  não se meter em confusão?- falei em quanto costurava-o, falando a mesma coisa que perguntei quando ele acordou da ultima vez que tive que cuidar dele
- Talvez um dia- ele falou e consegui sorrir um pouco, mas pareceu mais uma carreta, então acabei rindo um pouco.
Realmente não sou boa em costurar, mas achei que resolveria por um tempo, então guardei a agulha, o restinho de linha que tinha e enrolei o pescoço dele com o curativo.
- Descansa um pouco, você perdeu muito sangue- falei e ele assentiu
Me aconcheguei nos braços dele e nós dois dormimos. Quando acordei, o sol já estava se pondo e os dois ainda dormiam tranquilos, e foi  uma pena ter que acordar eles, mas precisávamos sair de lá, porque já tinham me achado lá antes, com certeza viriam mais uma vez, na verdade, era um milagre ainda não terem nos achado. Ele se levantaram, reclamando e tropeçando, mas logo estávamos de pé, pegamos mais um pouco de água e saimos. Nossa ideia era ir até a ilha do Sul, já que a do Norte e Leste (onde estavamos) Eram lugares em que podiam nos achar muito facil.
Andamos por um longo tempo, Mas a ilha era enorme e mesmo com a bussola do Matew, acabamos nos perdendo uma hora e indo para o Norte em vez do Sul, tudo porque ele fez o favor de mergulhar no lago com a bussola, mas foi até facil concertar.
- Será que já estamos pelo menos chegando no final dessa ilha?- Nara perguntou
- Acho que sim, mas não tenho certeza depois que nós já nos perdemos tanto- Matew falou dando mais uma olhada na Bussola
Continuamos andando distraídos até que ouvimos o tiro de canhão ao longe. Quem seria? Podia ser qualquer um, mas só íamos saber de noite. Continuamos andando, mas era logico que nos todos estávamos nos perguntando quem era, mas isso durou pouco, porque um pouco depois Matew foi içado para cima, logo em seguida a Nara também estava pendurada de cabeça para baixo e meu pé ficou presso no que parecia uma armadilha de urso, que se prendeu no meu tornozelo e me fez cair. No momento seguinte, a garota do 3 saiu de traz de uma das arvores armada com umas lanças improvisada feita de um galho que ela deve ter afiado com uma pedra. Ela tentou me acertar primeiro, mas ela errou a mira e acabou acertando a minha armadilha de urso, que com um pouco de força, acabei conseguindo sair de lá, mas não rápido o suficiente para desviar da segunda lança dela, que pegou no meu braço esquerdo, me fazendo gritar de dor, mas o corte podia esperar. Estava desesperada, nunca fui muito boa nessa coisa de luta corpo-a-corpo, muito menos como uma delas estava armada, então simplesmente fui desviando com muita sorte dos golpes dela, algumas vezes levando alguns socos, chutes e arranhões com a lança, algumas vezes conseguindo escapar das lanças, chutando ela para longe, contra atacando e dando cotoveladas nela, em outras palavra, estava pelo menos conseguindo me manter viva por um tempo, mas foi pouco, porque ele me derrubou no chão, me imobilizou e estava pronta para enfiar aquela estaca no meu coração. Fechei os olhos e esperei o golpe me matar, mas simplesmente nada aconteceu. Abri os olhos e vi a garota do 3 brigando com a Nara, que por sorte era boa em sair de armadilhas e agora lutava com ela com uma das suas lanças, mas estava se saindo tão bem quanto eu, então peguei a estaca que ela quase usou para me matar, lancei e a estaca atravessou seu pescoço. Logo ouvimos o canhão que sinalizava sua morte. Rápida, sem muita dor.
- Valeu- Nara agradeceu meio ofegante
- De nada. Até que a gente forma uma boa dupla- falei e sorri
- Claro. Emy e Nara, matando garotas armadas que fazem armadilhas melhor que ninguém- ela falou e nós rimos um pouco
- Muito bonitinho ver minha amiga e minha namorada se dando bem e trabalhando juntas pra matar alguém- Ouvi uma voz do alto e só depois percebi que era o Matew ainda pendurado de cabeça para o alto bem no alto de uma arvore- Mas eu ia achar ainda mais legal se alguma de vocês me ajudasse
Rimos em quanto Matew reclamava, até que recuperamos o folego,  Nara foi até a raiz da arvore onde ele estava pendurado, desamarrou a corda e foi descendo ele até que eu conseguisse desvira-lo e faze-lo  ficar de pé
- Obrigado. Mas o que aconteceu com seu braço? Não deu pra ver de lá de cima- ele falou
- A garota me acetou com a lança dela. Não foi anda dem...
Mas não adiantava, ele me fez sentar e deixar ele enrolar meu braço com o que sobrou do curativo. Depois que ele acabou, pegamos  as estacas e lanças improvisadas dela.
- Me sinto meio... Estranha pegando isso. Sei lá, quase como se estivesse roubando
- Não mais do que eu. Quer dizer eu...- Não conseguia terminar a frase de imediato, até porque o seu corpo ainda estava estendido no chão, o sangue saindo do buraco em seu pescoço e seus olhos virados e sem vida- Eu... Matei...-cada palavra parecia entalar na minha garganta
- Escuta, não foi...total culpa sua. Ou você ou ela.- Nara falou me virando de costas para o corpo- Essa é a ideia desse jogo, sermos obrigados a sermos o que não somos.
- E eu tenho certeza que você não é assim- Matew falou e me abraçou- Você é incrivel. Agora vamos sair daqui pra que ela possa voltar pra casa- ele falou no meu ouvido e eu assenti
Pegamos nossas coisas, e as poucas coisas que ela tinha (algumas frutinhas, umas armadilhas meio feitas, uma daquelas caixinhas com paraquedas com uma garrafinha de agua dentro) e quando estávamos quase saindo, me virei, tirei a estaca do pescoço dela, fechei seus olhos, murmurei um "me desculpa" e me juntei a Nara e Matew para irmos em bora. Não nos distanciamos muito e um aerodeslizador  apareceu do nada no céu e levou o corpo da garota carregando-a  para o alto e depois sumindo.
- Você fez a coisa certa- ele sussurrou no meu ouvido de novo e me deu um beijo de consolo
Continuamos andando por um tempo, e quando chegamos na praia, já não me sentia tão mal por ter matado-a. O lado bom disso, é que com a morte dessa garota, pelo menos eu acho que os idealizadores do jogos não vão precisar fazer alguma coisa maluca e mortífera para matar alguém.

Emy Off


Viller On

Ficamos a tarde toda esperando aqueles sapos voltarem, mas eles não deram mais as caras, e tenho a impressão que eles foram para outra ilha ou para o fundo do mar, esperando mais alguém fazer algum barulho ou eles ficarem com fome, o que vier primeiro. Só depois de um tempo finalmente ficamos mais tranquilos e continuamos a ficar no nosso tédio, jogando os corpos de sapo no mar, a Coliz tirando os pontos que ela fez no próprio rosto já que finalmente eles cicatrizaram, depois comemos, mas isso não durou muito porque assim que o pessoal voltou, vimos que eles pareciam horriveis e sem folego por causa da correria
- O que aconteceu?- perguntei
- Sapos... Gigantes... Dentes afiados- Ruddy falava ofegante
- Eles nos atacaram...um pouco depois de matarmos um...garoto do 12- Gerlya tentava explicar
- Então o canhão foi para o garoto do 12? E o outro?- Coliz perguntou dando água para eles
- Foi, mas não sabemos quem era o outro que veio depois- Millow respondeu e pegou a garrafa
- Cadê o Fleer?- Coliz perguntou agora mais assustada
- Não sabemos. Eles começaram anos encurralar, eram muitos, então tentamos fugir correndo, acho que ele caiu no meio da correria e não podiamos voltar para ajuda-lo...- Então Narla foi interrompida pelo som de outro canhão
- Foi-se - Ouvi Ruddy sussurrar- Temos que sair daqui... eles podem...
- Fica calmo, não vão mais voltar aqui- Falei e comecei a explicar o que aconteceu quando eles não estavam, a água borbulhando, nossa tentativa de mata-los, a ideia da Coliz de fazer barulho.
Quando acabei, ficamos um tempo em silencio, até que um aerodeslizador apareceu no céu bem longe e desceu uma garra que descia para pegar o que sobrou do Fleer, o problema é que ele teve que descer varias vezes para recolher os pedaços que sobraram, e isso fez a Narla começar a chorar, meio de medo, tristesa e tals, Até Millow acabou vomitando. Ninguem parecia muito bem hoje, sendo que só se passaram 3 dias aqui na arena
- Tenho a impressão que esses jogos vão acabar bem rapido- Coliz falou devagar com uma voz meio vazia, como se estivesse lendo minha memoria
Voltamos para dentro da Cornocópia e comemos um pouco, mas ninguem estava com muita fome, então fomos nos aprontando para dormir, até que lembrei do plano de fuga.
- Hum... Não deviamos montar guarda? Caso... Mais sapos aparecem ou tributos...
- Okay, então eu vou começar, estou sem sono mesmo- Ruddy se levantou
- Eu tambem- Narla completou
- Tá, eu e a Coliz ficamos depois de vocês- eles assentiram e fomos dormir
Fiquei um bom tempo acordado lembrando e repassando o que iria levar e para onde iriamos, mas acabei resolvendo dormir um pouco já que teriamos que andar a noite toda para ficarmos longe o alcance deles. Dormi por pouco tempo já que tive mais pesadelos do tipo que tive deis que fui escolhido como tributo, em que meu pai e meu avô eram mortos de algum jeito, dessa vez, destroçados pelos sapos pretos com dentes enormes, fazendo-os gritar de dor até que eu finalmente acordasse suando. Me levantei, acordei a Coliz e nós dois fomos pedir para Narla e para o Ruddy irem dormir, já que eles mesmo falando que estavam sem sono, pareciam a ponto de desmaiar. Ficamos um tempo parados olhando em volta em quanto esperávamos ter certeza que todos já estavam dormindo, então voltamos para dentro da Cornocópia e no maior silencio que conseguimos, pegamos o máximo de coisas que conseguimos colocar nas nossas duas mochilas sem pesar tanto (duas caixas de primeiros socorros com poucos remédios, carne seca, frutas, três garrafas de água, algumas bolachas, algumas armas extras, um tridente para mim e um sinto repleto de facas para Coliz), verificamos em silencio se realmente estavam dormindo e finalmente partimos meio correndo meio andando.
Minha ideia era ir para a Ilha do Sul já que eles tinham perdido o Fleer lá então não iriam voltar, e como a Cornocópia era virada para o norte, foi fácil saber para onde íamos. Passamos pela selva que rodeava a Ilha do centro onde estávamos em um pouco mais de tempo do que pensávamos, já que tentávamos tomar cuidado com o que podia estar a frente, fora que não conseguíamos ver nada, mas chegamos a praia depois de um tempo. A água escura que nos separava da Ilha do Sul estava quente por conta do clima e a arei tornava a caminhada fácil, mas foi realmente difícil fazer Coliz entrar na água, porque por mais que eu soubesse do seu medo, isso não ajudou muito

- Escuta, temos que nos distanciar, vão nos achar e nos matar se ficarmos aqui.
- Não me importo, prefiro morrer na mão deles do que...- a frase morreu na boca dela
- Tem certeza? Porque acho que vão se sentir traídos quando perceberem que fugimos, ainda mais agora que o Fleer acabou de morrer, e você já viu a imaginação deles na hora de acabar com alguém, especialmente a Gerlya que tem uma linda amizade com você, não é?
Ela ficou em silencio e parada, não fez nada, mas pelo menos quando eu peguei no braço dela e fui a arrastando pela água, ela não lutou nem reclamou, apenas não se mexia sozinha com medo que o trauma dela pudesse se repetir. Não a culpo, também fiquei chocando e apavorado quando soube o que aconteceu com meu pai naquele dia, mas tenho certeza que foi mil vezes pior para já que viu a coisa toda bem de perto, já que perdeu os dois pais e eles tiveram uma morte muito pior que a do meu.
Assim que saímos da praia ela voltou a se mexer e a anda até mais rápida que eu, agora que lembrava que precisava-mos ficar o mais longe possível. Andamos por um bom tempo até começarmos a ficar cansados e com sono, mas Coliz fazia questão de andarmos um pouco mais sempre que parávamos. Um tempo depois, a insignia da Captal apareceu no céu e nós dois paramos para ver que tinha morrido hoje. Primeiro uma garota do 3 apareceu, então Fleer com os cabelos e os olhos escuros e o rosto de garoto levado, depois o rosto do garoto do 12 e ino começou a tocar e o céu voltou a ficar escuro. Ficamos lá, deitados por um bom tempo, tentando decidir se dormíamos ou não, até ouvirmos alguma coisa mais ao longe. Nos levantamos rápido e olhamos em volta. Passos e vozes baixas vinham não muito longe de nós, e tinha certeza de que era mais de dois, ou seja, se nos achassem, morreríamos por conta da indisposição. Até perceber que essa podia ser nossa chance. Talvez podíamos nos juntar a eles e assim ficarmos mais protegidos e numerosos do que os carreiristas, quem sabe até caça-los mais tarde se quiséssemos, e então acabar com eles. Era meio frio pensar assim, mas era um jeito de nos mantermos vivos por mais tempo, então fiquei lá, em silencio, esperando eles virem, tentando não parecer tão acabado, mas nem precisei tanto, porque assim que vi eles, percebi que estavam piores que nós
Uma garota pequena de cabelos castanhos do distrito 10 que parecia muito cansada, um garoto do 11 que parecia mais pálido do que me lembrava, o pescoço enrolado em ataduras que estavam encharcadas de sangue e que se apoiava numa garota que devia ser do distrito dele, com cabelos castanhos, magra com uma parte do braço tambem enfaixada, mancando um pouco. Esses eram as pessoas que encontramos, e que assim que nos viram, não tiveram outra reação se não apenas ficar nos encarando, já que estavam armado apenas com estacas e lanças feitas de galhos.
- Coliz?- ouvi a garota do 10 falar baixo
- Nara! E... VOCÊ!- Coliz falou e se virou drasticamente para o garoto do 11
- Ora ora, parece que você conseguiu se virar bem, quatro- O garoto falou com um sorriso de deboche
A partir dai não intendi mais nada. Coliz se tacou em cima dele e os dois começaram a brigar ferozmente em quanto a garota do 11 e eu tentávamos separa-los até que finalmente consegui imobilizar a Coliz e o garoto ficou atras da garota do distrito dele. Coliz praticamente espumava de raiva e se agitava tentando escapar e acertar o garoto
- Me solta! Deixa eu terminar o que comecei com esse imbecil! Falta só mais um pouco pra cabeça dele sair do pescoço!- ela gritava indignada
- Tenta e eu juro que faço com seu outro olho o que não consegui fazer com esse ai todo costurado!!- Ele gritou de volta.
Fiquei segurando a Coliz até que ela se acalmou, mas mesmo assim depois que ela levantou eu continuei segurando o braço dela, já que os dois ainda pareciam a ponto de se tacar um em cima do outro de novo.
- Vocês não são carreristas?- A garota do 11 finalmente perguntou depois de um bom tempo em silencio
- Eramos, mas não confiamos muito neles- respondi ainda avaliando eles- Parece que precisam de ajuda
- Vocês também não parecem muito melhores- A garota do 11 rebateu
- Talvez, mas realmente prefiro continuar sozinha- Coliz falou e se virou para mim- Vamos acabar logo com isso, Viller
- Como assim ?- perguntei, porque tinha a intenção de me juntar a eles, não a mata-los
- Você achou mesmo que íamos nos juntar a eles? Uma garota desnutrida toda esfolada, uma outra que não consegue nem lançar uma lança direito e um garoto mais esfolado ainda que eu quero morto a dois dias? Acho que faz muito mais sentido  acabar logo com eles já que estamos em melhores condições e assim teríamos menos inimigos- Ela falou fria e com raiva, fazendo os outros começarem a ficar em posição de ataque
Olhei para o pequeno grupo que tínhamos esbarrado. Okay, não era exatamente a melhor ideia que já tive, e estávamos realmente em condições de acabar com eles, mas os pontos positivos se sobressaiam aos negativos.

- Licença um minuto?- falei para eles e andei um pouco mais para longe dele e levei ela até atraz de uma arvore para que eles não nos ouvissem e cochichei- Escuta, sei que esta com fome e cansada, mas precisamos do máximo de ajuda que conseguimos...
- Deles? Não, obrigada, dispenso- ela falou meio revoltada
- Ei, quer que os carreristas ganhem de novo? Nós temos o que eles precisão e eles tem o que nós precisamos
-Como por exemplo...?- ela perguntou e cruzou os braços num ar de desafio
- Reforço. Geralmente o pessoal do 11 sempre sabe onde achar comida
- Nós temos comida- ela rebateu
- Mas acha mesmo que vai durar o jogo todo? Podemos até conseguir comida no mar, mas e se toparmos com os carreristas? Com os sapos outra vez? Temos mais chances com eles do que sem.
- Podemos nos proteger e fugir sozinhos
- É mesmo? Por quanto tempo?- agora eu falava com tom de odio e desafio
- E então? Vão ficar ai por quanto tempo?- Ouvimos o garoto do 11 gritar do outro lado
Ele me encarrou com raiva uma ultima vez e gritou de raiva

Saímos de traz da arvore, voltamos até ele, e a muito contragosto de Coliz, acabamos falando para eles sobre nossas condições e os beneficios de se juntarem a nós, afinal, eramos os melhores em luta entre eles, estávamos menos machucados, tínhamos comida e remédios. Eles ficaram meio relutantes no começo, mas logo acabaram concordando. Andamos mais um pouco em silencio pela selva, Coliz na frente para cuidar do caminho e nos proteger, A garota do 10, a garota e o garoto do 11 e depois eu para ver se alguma coisa estava atrás de nós. A selva escura que nos rodiava parecia especialemente quente naquele dia, mas os sons de insetos e animais não pareciam tão altos quanto nos outros dias, e eu podia sentir todas as câmeras focadas em nós, apenas esperando que começássemos a nos matar ali mesmo. O clima continuava tenso, podia sentir Coliz xingando o Garoto do 11 mentalmente, assim como ele, alem da respiração forçada de cansaço de todos os outros. Depois de um tempo, não sabia o que me incomodava mais, o suor ou os meus pés que formigavam. A Garota do 10 acabou caindo no chão de cansaço e o garoto do 11 também havia caído pela 5° vez, eu estava andando a tropeços e eu já começava a ver as ataduras que envolviam os pulsos escondidos por de baixo das luvas da Coliz começarem a ficarem manchadas, então resolvemos parar e descansarmos. Nara me mostrou uma maneira de cavar uma especie de trincheira para nos escondermos em baixo das grandes raízes e nos mantermos frescos( já que por alguma razão, a terra era úmida e fresca) em quanto Coliz separava o que iriamos comer e a garota do 11 aplicava os remédios no garoto do seu distrito e nela, as vezes na outra garota também. Terminei de cavar e começei a comer com todo mundo,ninguém falava ou olhava para ninguem, e quando acabamos, começamos a tentar decidir que montaria guarda
- Pode deixar que eu fico,estou sem sono e tenho que terminar de cuidar do Matew. Ainda preciso cuidar do corte no pescoço dele- A garota do 11 falou e ai eu percebi o quanto sujo e molhado de sangue as ataduras estavam
- Nem pensar, você esta exausta. Posso fazer isso sozinho.- O garoto do 11, Matew, retrucou
- Sim, mas não vai conseguir fazer direito se não consegue nem ver!- A garota retrucou
- Não seria melhor que a Coliz fizesse isso? Afinal, se ela consegue fazer isso no proprio rosto, vai conseguir em você- A garota do 10 sugeriu
- Por mim vai ser um prazer- Coliz respondeu com um olhar maldoso e malicioso- Mas não vou ficar de guarda. Preciso dormir
- Tá, eu e a... Desculpa, não sei seu nome- Falei e me dirigi a garota do 11
- Sou Emy- Ela falou se levantou para apertar minha mão- É, acho que vai ser melhor assim
Todos concordaram, então Coliz foi cuidar do corte do Matew e eu e a Emy fomos montar guarda. Ouvíamos Matew reclamar de dor em quanto Coliz fechava o corte, o que gerava mais reclamações de Emy de que ela deveria ser mais cuidadosa e delicada, mas ela retrucava falando que estava fazendo o máximo que podia para tomar cuidado, o que era verdade, já que ela fazia exatamente o que fez com o rosto dela e eu sabia que nada podia tornar a dor menor, mas a felicidade e a satisfação dela eram evidentes cada vez que ela fazia mais um ponto e se forçava a não rir. Finalmente, ela acabou, deu a e ele um analgésico em pilula e enrolou o pescoço dele com ataduras e foi dormir. deixando eu e a Emy em uma patrulha silenciosa.

Viller Off

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